Há mistérios peregrinos No mistério dos destinos Que nos mandam renascer: Da luz do Criador nascemos, Múltiplas vidas vivemos, Para à mesma luz volver. Buscamos na Humanidade As verdades da Verdade, Sedentos de paz e amor; E em meio dos mortos-vivos Somos míseros cativos Da iniquidade e da dor. É a luta eterna e bendita, Em que o Espírito se agita Na trama da evolução; Oficina onde a alma presa Forja a luz, forja a grandeza Da sublime perfeição. É a gota dágua caindo No arbusto que vai subindo, Pleno de seiva e verdor; O fragmento do estrume, Que se transforma em perfume Na corola de uma flor. A flor que, terna, expirando, Cai ao solo fecundando O chão duro que produz, Deixando um aroma leve Na aragem que passa breve, Nas madrugadas de luz. É a rija bigorna, o malho, Pelas fainas do trabalho, A enxada fazendo o pão; O escopro dos escultores Transformando a pedra em flores, Em Carraras de eleição. É a dor que através dos anos, Dos algozes, dos tiranos, Anjos puríssimos faz, ...