ARTE E CIÊNCIA DE AJUDAR DE JOANA DE ÂNGELIS
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A indiferença ante a dor do próximo é congelamento
da emoção, que merece combate.
À medida que o homem cresce espiritualmente, mais se
lhe desenvolvem no íntimo os sentimentos nobres.
Certamente não se devem confundi-los com os
desregramentos da emotividade; igualmente não se os podem controlar a ponto de
tornar-se insensível.
No bruto, a indiferença é o primeiro passo para a
crueldade, porta que se abre na emoção para inúmeros outros estados de
primitivismo.
A indiferença coagula as expressões da fraternidade
e da solidariedade, ensejando a morte do serviço beneficente.
O antídoto para este mal, que reflete o egoísmo
exacerbado, é o amor.
Se não pretendes partilhar do sofrimento alheio, ao
menos minora-o com migalhas do que te excede.
Se não queres conviver com a dor do teu irmão,
ajuda-o a tê-la diminuída com aquilo que te esteja ao alcance.
Se defrontas multidões de necessitados e não sabes
como resolver o problema, auxilia o primeiro que te apareça, fazendo a tua
parte.
Se te irrita a lamentação dos que choram, silencia-a
com o teu contributo de amizade.
Imagina-te no lugar de algum d'Eles e saberás o que
fazer, como efeito natural do que gostarias que alguém fizesse por ti.
Ninguém está seguro de nada, enquanto se encontra na
Terra.
A roda das ocorrências não para.
Quem hoje está no alto, amanhã terá mudado de lugar
e vice-versa.
E não só por isso.
Quem aprende a abrir a mão em solidariedade, termina
por abrir o coração em amor.
Dá o primeiro passo, o mais difícil. Repete-o,
treina os sentimentos e te adaptarás à arte e ciência de ajudar.
Há quem diga que os infelizes de hoje estão expiando
os erros de ontem, na injunção de carmas dolorosos. Ajudá-los, seria impedir
que os resgatassem.
É correto que a dor de agora procede de equívocos
anteriores, porém, a indiferença dos enregelados, por sua vez, está-lhes
criando situações penosas para mais tarde.
Quem deve paga, é da Lei. Mas, quem ama, dispõe dos
tesouros que, quanto mais se repartem, mais se multiplicam. É semelhante à
chama, que acende outros pavios e sempre faz arder, repartindo-se, sem nunca
diminuir de intensidade.
Faze pois, a tua opção de ajudar e o mais a Deus
pertence.
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Joanna de Ângelis - Livro Momentos de Meditação - Divaldo P. Franco -
Cap. 9
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